quarta-feira, maio 30, 2007

Hard to Explain

I missed the last bus
I'll take the next train
I tried but you see
It's hard to explain
I say the right thing
But act the wrong way
I like it right here
But I cannot stay
I watch the tv
Forget what I'm told
Well I am too young
And they are too old
The joke is on you
This place is a zoo
You're right, it's true




terça-feira, maio 22, 2007

Como pode uma vida caber numa pasta?




Na fita que a D.Graça me escreveu, recordou as bonecas que espalhávamos no fundo da sala, junto da mesa grande, com tampo de madeira envernizada e com os pés de ferro, encarnados. Na mesma sala as paredes penduravam as vogais e todas as letras do alfabeto, e no meio da tarde havia sempre alguém que pedia para "dar o leite". No largo, no "intervalo grande", tínhamos quarenta minutos para jogar à passadeira. Caíram os primeiros dentes e fizeram-se os primeiros amigos.
Ainda com saia de pregas e meias pelos joelhos passámos juntos para o ciclo, onde o medo foi superado pelo facto de ficarmos todos juntos na mesma turma. Durante muitos intervalos ainda jogámos ao berlinde, perto da sala de música e conservámos o mesmo grupo, na mesma turma.
As primeiras matinés no Lagar ainda foram vividas com receio e inocência. Depois vieram as fugas das quartas-feiras à tarde, de biciclete e depois de scooter.
As primeiras camisolas a cheirar a tabaco foram disfarçadas, com histórias mal contadas, e num instante tínhamos chegado ao nono ano. Veio a primeira grande mudança. Era chegada a vez de cada um seguir um caminho diferente, e assim foi. E assim ficámos grandes, conquistámos os parapeitos das janelas do bar e contra eles atirávamos , todas as manhãs, as mochilas pesadas.
Uns foram-se afastando e aproximaram-se amigos novos.
Fomos assim montando o futuro, os projectos, fazendo contas à vida que ameaçava passar rápido.
Entre viagens à Praia da Rocha, hemiciclos, AE´s...havia sempre tempo para os estudos, para as aulas sábias do nosso querido Platão, do divertido Bin Laden, para as aulas de todos, que no secundário nos marcaram de forma tão especial. Entre dicionários de latim e os tapetes de judo do pavilhão, estudou-se para os temíveis exames nacionais, sob o calor intenso de um verão que anunciava uma mudança quente.
Depois, fomos os três a Santarém e revejo agora a tinta a sair da caneta, que entre a mão nervosa fez a candidatura ao Ensino Superior.
Mais uma grande mudança. Cada vez mais afastados uns dos outros.
Cheguei à faculdade e senti-me uma criança. Apalpei terreno, fiz o reconhecimento do local, deixei que as segundas impressões passassem a terceiras. Tive certezas. Fiz amigos para a vida, como achava que não fazia mais, como alguns que já tinha, mas que compreendem melhor que ninguém o que agora sinto!
Agora, é a maior das mudanças... e a ansiedade é maior do que nunca. A única certeza que temos é a de que tudo, de hoje para a frente, é incerto. Tanto, que dói.
Não nos deixam salvar o mundo nem vigiar a verdade, pedem-nos para montar as palavras para moldes já feitos. Nem nos dão tempo para pensar no que já não somos. Não há tempo como havia antes.

Ainda me lembro do cheiro da bata da D. Graça e do sorriso reconfortante da "Tia da Escola", quando eu caía no recreio.
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segunda-feira, março 26, 2007

O milagre da vida

Naquele dia os degraus das escadas de pedra fria pareciam mais duros de subir. Na verdade, levaram tempo a mais até serem subidos. Mas a ansiedade era a mesma. Como se tivesse acabado de acontecer.
Os primeiros tempos foram duros, os últimos foram felizes e nervosos. Apesar da barriga crescida ainda não tinha percebido bem que elas realmente vinham a caminho e que iam preencher um espaço até aqui tão formatado.
Depois de subir as escadas, ouviu um silêncio que se houve na tranquilidade. Chamou baixinho, para anunciar a chegada, e entrou.
Agora tudo ia ser diferente, já não havia volta a dar, elas tinham chegado para transformar tudo de vez.
Seguiu pelo corredor e pousou a mão na maçaneta da porta, de leve e até, acho, a tremer.
Do lado de cá da porta estava todo um passado de descobertas, de brincadeiras irresponsáveis, de parvoíces e alegrias. A despreocupação.
Abriu a porta e o ar aqueceu. E ouviu melodias como as das caixas de música, apesar de não haver nenhuma por perto a tocar.
Do lado de lá da porta estava a menina mulher, que na mesma cara já tinha o olhar maternal e já articulava as pequeninas nas mãos como se o fizesse há anos.
Para lá do cansaço das noites mal dormidas, dos dias agitados e de nove meses em turbilhão, havia ali, de certo, um estado puro de felicidade.

sábado, março 10, 2007

domingo, fevereiro 25, 2007

 
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quarta-feira, fevereiro 07, 2007

terça-feira, fevereiro 06, 2007

O Anti-Kitsch

“Os homens que têm as manias das mulheres dividem-se facilmente em duas categorias. Uns procuram em todas as mulheres a ideia que eles próprios têm da mulher tal como ela lhes aparece em sonhos, o que é algo de subjectivo e sempre igual. Aos outros, move-os o desejo de se apoderarem da infinita diversidade do mundo feminino objectivo.
A obsessão dos primeiros é uma obsessão lírica; o que procuram nas mulheres não é senão eles próprios, não é senão o seu próprio ideal, mas, ao fim e ao cabo, apanham sempre uma grande desilusão, porque, como sabemos, o ideal é precisamente o que nunca se encontra. Como a desilusão que os faz andar de mulher em mulher dá, ao mesmo tempo, uma desculpa melodramática à sua inconstância, não poucos corações sensíveis acham comovente a sua perseverante poligamia.
A outra obsessão é a obsessão épica e as mulheres não vêem nela nada de comovente: como o homem não projecta nas mulheres um ideal subjectivo, tudo tem interesse e nada pode desiludi-lo. E esta impossibilidade de desilusão encerra em si algo de escandaloso. Aos olhos do mundo, a obsessão do femeeiro épico não tem remissão (porque não é resgatada pela desilusão).
Na sua caça ao conhecimento, os femeeiros épicos afastam-se cada vez mais da beleza feminina convencional (de que depressa se cansam) e acabam infalivelmente como coleccionadores de curiosidades.”
A Insustentável Leveza do Ser, MILANKUNDERA

Ele usava códigos de silêncio. Ela lia-os atentamente no meio da desconcentração da barulheira habitual. Muitas vezes ele nem dava por isso. Ele usava o bisturi imaginário para abrir o mundo, para lhe descobrir o que ela tinha de novo, para desvendar e coleccionar. Nele, a memória poética já estava preenchida há muito tempo, agora só jogava com o bisturi à procura de algo novo e diferente que, na verdade, sabia que já não ia encontrar. É que ele acreditava na “eterna solidão da alma”. Mas ela também. Então, a porta fechou-se poeticamente e na volúpia habitual. Descontraidamente. Sem culpas. Ambos sabiam que seria assim.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Little Miss Sunshine



LET OLIVE BE OLIVE Posted by Picasa

terça-feira, novembro 28, 2006

Aos halterofilistas de pesos metafísicos

"Ao contrário de Parménides, parece que Beethoven considerava o peso como algo de positivo. Der schwer gefasste Entschluss, a decisão gravemente pesada está associada à voz do destino (Es muss sein!); o peso, a necessidade e o valor são três noções íntima e profundamente ligadas: só é grave o que é necessário, só tem valor o que pesa.
A origem desta convicção situa-se na música de Beethoven e, sendo embora possível (senão provável) que seja mais da responsabilidade dos seus exegetas do que do próprio compositor, hoje quase todos nós a partilhamos: para nós, a grandeza de um homem reside no facto de carregar com o seu destino como Atlas carregava aos ombros a abóbada dos céus. O herói beethoveniano é um halterofilista de pesos metafísicos."
A Insustentável Leveza Do Ser
MILANKUNDERA

quarta-feira, outubro 18, 2006

Mete gelo, que isso passa...

Vejo-me obrigada a desviar-me do estilo deste blog para vos contar mais uma história hilariante: não é daquelas que só acontecem aos outros, é daquelas que só acontecem a mim.
Há um mês atrás parti o quinto dedo (como os médicos insistem referir na sua sapiência intocável) da mão esquerda. Isto aconteceu a saltar ao eixo (esta é uma das partes incríveis da história). Não fui logo ao médico porque quando ousei supor que tinha o dedo partido disseram-me: "Mariquinhas, que disparate...mete gele, que isso passa."
No dia seguinte, em Santarém, o ortopedista de serviço pôs-me uma tala no dedo e recomendou-me que a mantivesse durante três semanas, e que depois de a tirar tivesse muito cuidado para não voltar a partir o dedo, pois no mês seguinte seria muito provável.
No Centro de Saúde da Golegã, onde fui dias depois a conselho do ortopedista, uma enfermeira, que me trocou a ligadura meio a medo e sem certezas do que estava a fazer, disse-me que ao fim das três semanas podia tirar a tala em casa e seguir a minha vidinha. O meu médico de família confirmou este procedimento e ainda acrescentou: "mete gelo que isso passa".
Ao fim de três semanas eu tirei a tala, em casa. O meu dedo estava torto, muito torto. Duro, imóvel e negro.
Eu estranhei, a minha mãe também, todos estranharam.
Suspeito.
Atentando ao discernimento das pessoas que me rodeiam decici fazer um novo raio-x, desta vez no Entroncamento. O médico que analisou o raio-x no serviço de urgências fez má cara quando olhou para o monte de ossos que se agregam na minha mão esquerda. "Vá a um ortopedista, o mais rápido possivel, isto não está nada bom, nada bom...", recomendou-me.
Segunda-feira, Santa Maria. Chuva infernal na rua. Macas, cadeiras de rodas, serviço de urgências entupido. Conto esta história toda no seriço de triagem. Dão-me uma pulseira verde que não consegui por sozinha, já que a minha mão esquerda já teve melhores dias. Envergonhada, peço ao segurança para me ajudar.
De pulseira verde no pulso (depois de descer de nível, já que há três semanas era amarela), cartas do médico, radiografias e muita desorientação pelos longos corredores do famoso hospital, eis que sou chamada. Entro no consultório. Dois médicos, uma enfermeira, uma auxiliar e dez jovens estagiários de medicina, ordenados em fila indiana, a assistir às consultas.
Num tom divertido o médico pede-me para contar a minha história. Contei-a, outra vez.
"Ah pois é, isto não está nada bom!", exclamou enquanto olhava as radiografias e o colega simultaneamente, num olhar que queria dizer muito, mas que eu não percebia.
"Lembram-se disto?", pergunta virado para os alunos, "falámos disto na aula passada."
A questão foi a seguinte: o primeiro ortopedista não conseguiu tratar-me o dedo, a função básica deste especialista, acho eu.
"Ele deveria ter-lhe posto do dedo no sítio antes de pôr a tala. Agora já solidificou, mas torto. Vamos ter de mexer...isto já não deve dar para partir facilmente...", disse. E antes que eu percebesse alguma coisa , já estava agarrado ao meu dedo a tentar partir o osso mal recuperado.
"Veja lá o que vai fazer, isso dóóóóóói", disse-lhe.
"Oiça lá, não confia em mim porque sou médico ou porque sou homem?", questionou-me. Sorri e não respondi, afinal não era uma pergunta fácil.
Enquanto isto, os estagiários continuavam em fila, ordenados, de braços cruzados, com ar sério.
Finalmente o médico desistiu de tentar partir-me o dedo.
"Simule que está a beber um café e agarra a chávena com a mão esquerda."
Eu simulei.
"Está a ver o estilo que iso lhe dá, com o dedo esticadinho?!", foi com este disparo que os estagiários desmontaram a sua seriedade e se riram.
"Você vai já para a ortopedia. Depois não se vá embora sem me vir contar quando é operada e o que o meu colega lhe disse", pediu, mostrando uma curiosidade característica de vizinha velha.
Mais uma fila, mais um papel, mais uns acamados a gemer em mais um corredor. Chega a minha vez. Contei a minha história, outra vez.
"Tem de ser operada. Mas não pode ser já, o seu dedo está a sofrer de uma rigidez que lhe afecta toda a zona lateral da mão (isso eu já tinha percebido). Faz um mês de fisioterapia e depois é operada. Vamos pôr uns parafusos no dedo durante seis meses, e depois serão retirados."
Esta foi a última sentença.
Eu só parti um dedo.
O médico insinuou que me faltvam parafusos.

terça-feira, setembro 19, 2006

Basta

As metáforas têm-me enjoado.
Basta de rodeios, de conversas paralelas, de analogias, de subtilezas, do "diz que disse".
Quero falar de verdades, da sensatez, da pureza, na pureza.
Sou o que sou mas posso mudar, mas sem dicas, mas com frases directas.
Basta de poesia, quero narrativa, mas em discurso directo.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Ar de Aeroporto

É espesso... fica sempre tanto por dizer.
Cá vos espero, na amizade e cumplicidade de sempre.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Vedder outra vez, como nos bons velhos tempos

E já que se aproxima o concerto do ano, deixo uma amostra do novo trabalho dos reis do grunge...


Inside Job
VEDDER/MCCREADY
Underneath this smile lies everything
all my hopes, anger, pride and shame

make yourself a pact, not to shut doors on the past
just for today,... I am free

I will not lose my faith
It's an inside job today

I know this one thing well,...

I used to try and kill love, it was the highest sin
breathing insecurity out and in

Searching hope, I'm shown the way to run straight
pursuing the greater way for all,... human light.

How I choose to feel,... Is how I am.
How I choose to feel,... Is how I am.

I will not lose my faith
It's an inside job today

Holding on, the light of night
On my knees to rise and fix my broken soul

Again.

Let me run into the rain
To be a human light again

Let me run into the rain
To shine a human light today

Life comes from within your heart and desire
Life comes from within my heart and desire
Life comes from within your heart and desire

quarta-feira, agosto 16, 2006

Em busca do tempo perdido


Tenho dado por mim nos caminhos de Swan. Na verdade, há anos que isso acontece, mas nunca tinha tomado consciência disso.
Desde que me conheço que a minha avó faz diariamente alusão à Madrinha Durão, que nunca conheci. Ao longo dos anos fui crescendo com a presença dela pelas palavras da minha avó, que todos os dias a refere por este motivo ou por outro.
Parece-me que a conheço bem. Uma senhora austera, matriarca, bem falante, de personalidade forte, bom gosto e requintada. Às vezes imagino-a por aí, a ouvir valsas ou a tocar piano. Barulhenta como uma máquina de escrever ou de costura. A assistir a guerras mundiais, a ler o Século, a ver a primeira emissão da RTP, a ler a queda e a "queda" do Salazar, a ver o Homem na lua.
Invejo-a. Eu queria ter sido e ter feito nesta altura.
Eu quero viver no século XX, onde o romantismo dos ideais fez o Homem apaixonado.
Nasci na era do analógico, mas não tarda nada, com disse o outro (que na altura achei louco), terei uma entrada USB para o cortex.

Avenida da Liberdade

O Mundo amanhece com quantos sentidos quanto cabeças.
Gestos automáticos de vidas maquinais seguem os ponteiros dos minutos como todos os dias.
Nada difere.
Portugal amanhece na Avenida da Liberdade.
As janelas das águas-furtadas já não deixam ver craveiros.
Crescem túlipas de bolbos comprados nos hiper-mercados, que brilham ao sol baço como plástico, numa falsa tentativa de naturalizar o aço e o fumo.
As buzinas dão ritmo ao passo apressado de quem por ela avança, sem sequer notar no que se passa.
A Avenida da Liberdade amanhace triste, porque presa e abandonada de olhares atentos.
Já ninguém se importa.

sexta-feira, julho 14, 2006

Para já é uma cegonha


Nos últimos dias tenho dado por mim a pensar na gravidez de uma amiga. Pela primeira vez uma amiga de infância vai ter um bebé. A notícia foi recebida num misto de choque e alvoroço. Alguma comoção... à minha cabeça vieram alusões da nossa adolescência, dos excessos e das gargalhadas, das conversas sinceras...
Este tipo de acontecimentos é sempre um marco. Agora ela é grande e adulta e tem a maior responsabilidade de sempre às costas, ou melhor, na barriga. Parece que chegou a altura de sermos adultas, é chegada a altura que todas já começam a imaginar onde vão viver e com quem, o que vão fazer o resto da vida, onde vão de férias para o ano e para o outro, quando têm filhos. Bem, eu ainda não cheguei a essa fase, eu ainda sou criança, ou adolescente. Ainda estudo, ainda não trabalho, ainda não tenho carreira, ainda não tenho o homem da minha vida, ainda não tenho casa, ainda não sei o que será do meu futuro.
Eu ainda estou à espera de crescer para decidir algumas coisas, ainda sinto a inexperiência da infância, o medo de falhar da adolescência mas já vou sentindo o conformismo da maturidade.
Parabéns à mamã, parece que vamos todas ser mães. A maternidade é realmente fantástica, mas para já é uma cegonha a caminho, nós esperamos cá contigo.

terça-feira, julho 11, 2006

Tenho o mundo inteiro à espera para entrar


Pólo norte
deixa o mundo girar
Quantas vezes vais olhar para trás
Estas preso a um passado que pesou
Quantas vezes vais ser tu capaz
Fazer sair quem por engano entrou
Abre a tua porta
Não tenhas medo
Tens o mundo inteiro
A espera para entrar
De sorriso no rosto
Talvez o segredo
Alguém te quer falar
Olha em frente e diz-me
Aquilo que vês
Reflexos de quem conheces bem
Ouve essa voz, é a tua voz
Atenção e a razão que tens
Abre a tua porta
Não tenhas medo
Tens o mundo inteiro
A espera para entrar
De sorriso no rosto
Talvez o segredo
Alguém te quer falar
Deixa o mundo girar para o lado que quer
Não podes parar nem tens nada a perder
Estás de passagem,
Não leves a mal se te manda avançar
Talvez seja o sinal que não podes parar
Estás de passagem
Vai aonde queres
Ser quem tu quiseres
Estende a tua mão
De quem vier por bem,
Abre a tua porta
Não tenhas medo
Tens o mundo inteiro
A espera para entrar
De sorriso no rosto
Talvez o segredo
Alguém te quer falar
Deixa o mundo girar para o lado que quer
Não podes parar nem tens nada a perder
Estas de passagem,
Não leves a mal se te manda avançar
Talvez seja o sinal que não podes parar
Estas de passagem…so de passagem estou de passagem para outro lugar

Já que estamos de passagem, numa via onde a efemeridade dinamiza mortalmente como um ponteiro dos segundos, vai sendo altura de entrarmos no ritmo e fazer da nossa via/vida um abrir e fechar de portas, já que lá fora está um mundo inteiro para entrar.
Vou experimentando um pouco de cada vez, na felicidade das minhas tristezas.

sábado, maio 27, 2006

Bateram-me aí à janela...

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Tudo muda.
A saudade e a nostalgia às vezes sobem-me aí pela rua e batem no vidro da janela. Eu deixo-as sempre entrar. É que a adolescência já la vai, aquela em que nos sentíamos sempre nas piores condições, numa dependência inaceitável e numa revolta constante. Por isso mesmo éramos os mais felizes e mais sonhadores.
Parecia que a amizade era sempre o mais importante, e tudo girava à volta dela: projectos, planos, sonhos. Sempre dependentes uns dos outros, do que o amigo queria e fazia. Nada fazia sentido só em nós. O outro era sempre mais importante, numa dedicação e lealdade vital.
Hoje sei que não é assim. Chegou o mundo real.
No mundo real pensamos primeiro em nós. Seguimos o nosso caminho mesmo sabendo das mudanças e dos afastamentos consequentes. Saímos do ninho confotável e feliz para "ir viver a nossa vida". E pior, tudo é consciente, cada erro é culpa nossa, assim que ages já sabes o que te vai trazer.
Muita coisa se perde e se sofre. A vida é mesmo assim. Todos temos um trilho a percorrer e sabemos que mais cedo ou mais tarde o temos de tomar.
As promessas de amizade fiel e eterna já não trazem tanto sentido quando cada um seguiu o seu caminho. Porque é assim que tem de ser.
Cada um sabe de si, poucos sabem de todos.
É assim que a saudade e nostalgia me têm segredado ultimamente, mas não lhes vou fechar as janelas.
Obrigada aos resistentes.
Obrigada Tiana, por me lembrares disto.

quarta-feira, maio 24, 2006

Não sei o que é... quanto mais vivo mais sonho.

Wish List

I wish I was a neutron bomb, for once I could go off
I wish I was a sacrifice but somehow still lived on
I wish I was a sentimental ornament you hung on
The christmas tree, I wish I was the star that went on top
I wish I was the evidence, I wish I was the grounds
For 50 million hands upraised and open toward the sky
I wish I was a sailor with someone who waited for me
I wish I was as fortunate, as fortunate as meI
wish I was a messenger and all the news was good
I wish I was the full moon shining off a camaros hood
I wish I was an alien at home behind the sun
I wish I was the souvenir you kept your house key on
I wish I was the pedal brake that you depended on
I wish I was the verb to trust and never let you down
I wish I was a radio song, the one that you turned up
I wish...
I wish
Pearl Jam