quarta-feira, agosto 16, 2006

Avenida da Liberdade

O Mundo amanhece com quantos sentidos quanto cabeças.
Gestos automáticos de vidas maquinais seguem os ponteiros dos minutos como todos os dias.
Nada difere.
Portugal amanhece na Avenida da Liberdade.
As janelas das águas-furtadas já não deixam ver craveiros.
Crescem túlipas de bolbos comprados nos hiper-mercados, que brilham ao sol baço como plástico, numa falsa tentativa de naturalizar o aço e o fumo.
As buzinas dão ritmo ao passo apressado de quem por ela avança, sem sequer notar no que se passa.
A Avenida da Liberdade amanhace triste, porque presa e abandonada de olhares atentos.
Já ninguém se importa.

2 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Deb disse...

Nada como o fumo urbano para nos inspirar, "a nos q escolhemos o ritmo incessante"*