terça-feira, agosto 23, 2005

Sunday, glourious sunday!


Milhares e milhares de pessoas viveram no passado catorze de Agosto um dos momentos mais especiais das suas vidas. Felizmente eu fui uma delas. Assim que o sinal com as baquetas foi dado, o showman gritou o "unos, dos, tres...catoze" mais desejado do dia, dia esse durante o qual, em filas intermináveis, se gritou um uôôôôôuôÔôÔô ansioso e a prever a hora em que Bono iria abrir o espectáculo com Vertigo. A euforia foi total durante as primeiras músicas, até beautiful day em que se instalou entre os espectadores uma emoção mais íntima. Foi the city of bliding lights que o público se extasiou de aplausos e os U2 provaram porque são uma das melhores bandas do mundo. Com este tema, o ecran de fundo - gigante, quase do tamanho do estádio- ganhou cor e luz, criando um espectáculo visual incrível. A partir daquele momento todos tiveram a certeza de não se iam arrepender das horas nas filas e do preço dos bilhetes.
Em Miss Sarajevo deu-se um dos momentos mais bonitos da noite, a música foi tocada em tom de oração por todas as vítimas de atentados enquanto a Declaração Universal dos Direitos Humanos passava no ecran, lembrando a todos a importância da Coexistência, palavra-chave da noite, a partir da qual Bono fez representações fantásticas jogando com o espectáculo visual, passando palavras de ordem em apelo à Paz e ao Amor entre os povos, em especial na luta contra a pobreza em África, ao cantar Where the streets have no name. Foi arrepiante ouvir 52mil pessoas gritar "in the name of love..." em Pride... ou essas mesmas marcarem, com o baterista, o ritmo em Sunday Bloody Sunday, criando a sensação de que um enorme exército encenava gritos de guerra, ou de paz... Temas como One, With or without you fizeram as maravilha do público. Os U2 viajaram por todas as décadas que marcaram, era até complicado sabermos já em que ano estávamos... também nós viajámos!
Foi sem dúvida uma noite muito especial, onde rolaram algumas lágrimas, se renovou uma fé num mundo melhor e, principalmente, me envolveu uma incapacidade e dizer o que realmente senti e vivi ali!
E como disse um jornalista, deve ser isto a magia do rock.

quinta-feira, agosto 11, 2005

Bono: por um mundo melhor!

São anos e anos de existência marcar o ritmo de várias e diferentes gerações. São muitas as músicas deles que fazem parte de vários momentos da nossa vida. São, sem dúvida, a banda sonora das últimas duas décadas. O seu vocalista é um herói dos tempos modernos, muito carismático, que entre a loucura do mundo da música e a pertinência das suas letras encontra o equilibrio numa luta armada de melodias que sempre marcarão a era nuclear.
Vale sempre a pena elogiar os U2 e em particular o Bono Vox pelo seu papel no mundo político e da música. Ninguém pode negar o contributo destes para a nova e saudável moda (e deprimente necessidade) de lutar pela paz e contra a pobreza. Foi muito boa ideia terem lançado para o mundo da música esta nova modalidade de luta por um mundo melhor.
Está prestes a chegar o dia mais esperado do ano para muitos portugueses, que como eu aguardaram anos por este momento e muitas horas por um bilhete, em filas intermináveis de muito boa gente, em que nem o facto de ter sido uma das noites mais frias do ano fez alguém arredar pé!
Untill now I still haven't found what i'm looking for, mas já falta muito pouco para milhares de fãs se unirem num sentimento único, misto de um fanatismo e da esperança num mundo melhor.
Obrigada Bono pelo teu contributo para a música e para o mundo!

quinta-feira, agosto 04, 2005

Os Homens, as Cores e as Bases de Dados


No Muk caracterizamos os homens por cores. As características dos homens estão associadas a uma cor, pelo que é fácil entendermos o tipo de rapaz a que cada uma se refere. "Tenho um amigo novo, é cor-de-rosa...". Desta forma é muito fácil darmos a conhecer às outras Mukêkas os nossos amigos. Não que cataloguemos os homens como objectos, mas realmente os homens são quase todos iguais e não é difícil encaixá-los nas várias categorias!
Na verdade, hoje em dia tudo é encaixado em perfis, formas, características pré-concebidas, e nada nem ninguém está imune a esta triagem da nossa sociedade. O mesmo acontece nos hospitais, nas profissões, nas idades, no sexo, nas preferências, nas origens...
Estamos mergulhados na sociedade da base de dados: todos somos dados, números, e já lidamos bem com isso...
Apesar de todos os constrangimentos que isso possa trazer aos catalogados, o MUK não pôde deixar de se render às facilidades deste sistema!!!
Não nos levem a mal, e escusam de especular acerca dos critérios de classificação... são exclusividade do MUK!

quinta-feira, julho 28, 2005

Sol de Inverno, Chuva de Verão


Gosto de chuva de Verão (como os brasileiros) e de sol de Inverno (como a Simone de Oliveira). Como a Adriana Calcanhoto eu gosto de opostos. Gosto de comer chocolates todo o ano, no sofá, depois de lavar a loiça do jantar. Gosto muito de dormir a manhã na cama, e gosto de levantar cedo para ir beber um café e ler o jornal. Gosto do ar livre, de apanhar sol e ar na cara. Gosto de sair à noite. Gosto de ir Belém ao final da tarde, beber uma café à esplanada do CCB e depois ir comer pastéis. Gosto de observar e especular acerca dos desconhecidos que encontro no Metro. Não gosto que se metam nem que mandem na minha vida. Gosto muito de ler quando vou de comboio para a Golegã. Gosto de acampar no Inverno, no Verão, na Primavera e no Outono. Gosto do frio de Lisboa em Dezembro, e de tremer por causa dele quando passeio pela Baixa sob as luzes e as músicas de Natal. Gosto de perder horas e horas a ouvir música...mas não as perco, ganho-as! Gosto de conversar até de manhã, não gosto de me deitar quando os pássaros já cantam. Gosto de fazer os outros felizes e gosto de estar sossegada no meu canto. Gosto de ser eu a decidir a minha vida. Não gosto de surpresas. Gosto de organização e de calcular as situações. Gosto de Karaokes, de dançar, de jantar fora. Gosto de fogo de artifício, de festas grandiosas onde todos são felizes. Gosto de Cinema, mas sem pipocas. Não gosto de Circo, nem de palhaços. Gosto de banhos muito quentes, no Inverno e no Verão. Gosto de pessoas. Gosto de tentar perceber cada atitude delas. Não gosto de pessoas nem preguiçosas nem preconceituosas. Gosto de morangos e amoras.Gosto da novelas da Globo, dos filmes do Almodovar, gosto da comida da minha mãe. Gosto de malmequeres, cactos e girassois. Gosto da Internet, de câmaras, de gravadores, de lápis e papel. Do Moderno e do Antigo. Eu gosto de opostos, do sol de Inverno e da Chuva de Verão.

terça-feira, julho 12, 2005

Pablo Neruda

Não podia deixar de divulgar um dos meus poemas favoritos... é de Pablo Neruda e é do mais autêntico que já li, espero que gostem!

Quem morre?
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante. Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.
Pablo Neruda

segunda-feira, julho 11, 2005

A Partida


O Caminheiro é aquele que parte, vai pelo Mundo, sem se agarrar ao materialismo das terras, das pessoas; em todo o lado encontra família, Deus e amor. O Caminheiro não tem medo da solidão porque sabe que o mundo respira espírito de amor e que a seu lado vai um Clã inteiro... mas apesar de não ter "poiso" certo, há um dia em que o Caminheiro realmente PARTE, e vai, sem o Clã, sozinho, pelo mundo fora, num projecto arrojado, autónomo... muitas vezes sentirá medo e as suas fraquezas serão realçadas...mas foram muitos os anos que pensou nesta "viagem" e que se formou para ela: se parte é porque está preparado, não há motivo para temer seja o que for. O Caminheiro também sabe que a Partida não é um fim, mas um recomeço num novo trilho, mais íngreme, mais estreito... agora já não tem tanto espaço para falhar...mas sabe que também este trilho conduzirá à felicidade...basta impelir a sua própria canoa!











quarta-feira, maio 11, 2005

As lições da Migusta

Afinal as aulas de Teoria do Texto ainda servem para alguma coisa... numa dessas aulas falavamos do carácter ontológico do texto. A nossa Migusta (como a Sara carinhosamente a apelidou!!!) dizia-nos nas suas ternas e afáveis palavras (!!!) que para apreendermos um texto não podemos estar cheios de nós... quem é cheio de si não tem espaço para o outro. Ao dizer outro ela faláva-nos do texto, mas a pertinência da questão - na minha humilde opinião- é outra... recoloco o problema num âmbito mais humanista: quem está cheio de si não tem espaço para os outros nem para o mundo! Isso faz de nós tristes e egoístas e isso é, afinal, um dos gandes problemas da nossa sociedade...
Quem está cheio de si mesmo não pode olhar para além do seu umbigo, nunca saberá nada de novo, nunca viverá novas emoções e experiências... não corre tantos perigos, eu sei, mas corre apenas um, que é o pior: o de viver uma não-vida!
Quem está cheio de si mesmo nã acredita na vida e nos milagres e pensa que tem sempre razão e que nunca poderá mudar o que está mal!
A grande emergência dos dias que correm é a de guardar espaço para os outros em nós mesmos... concerteza haverão sempre boas surpresas para preencher esse espaço!!!

sexta-feira, maio 06, 2005

Quem não tem cão...

Confesso que muitas vezes me pareceu assustador entregar-me às malhas da rede para dizer o que penso... mas hoje eu sei que não era medo: só queria evitar o inevitável!
A pouco e pouco todos nos vamos rendendo à blogomania e o mundo encantador da interactividade- já dizia o Professor Jacinto Godinho- dá origem ao mundo da interpassividade, onde tudo se faz de rabo bem assente numa cadeira, frente a um computador; desde compras a amizades... tudo!
Aquela tal caixinha que encantou e mudou o mundo agora só desencanta, já não impressiona ninguém... está tão distante que já constitui uma parte da História enquanto disciplina do saber...com toda esta evolução galopante vamos a ver se não se tornará uma lenda!!!
Quanto ao romantismo de ler uma bom jornal, já são poucos os que lhe têm o gostinho desse hábito diário!!!
Nos grandes debates da blogocracia acaba sempre por surgir o problema do estatuto do jornalista nos dias de hoje; alguns defendem a necessidade de refundar funções... é com muita pena minha que o jornalismo vai perdendo os seus hábitos mais rudimentares e românticos em prol do desenvolvimento das novas tecnologias da informação... tenho mesmo muita pena!Porém sabemos que neste tipo de situações só nos resta aderir aos novos hábitos, ou viramos costas ao mundo!
Quem não tem cão caça com gato, e eu fiz o meu blog!!!