Milhares e milhares de pessoas viveram no passado catorze de Agosto um dos momentos mais especiais das suas vidas. Felizmente eu fui uma delas. Assim que o sinal com as baquetas foi dado, o showman gritou o "unos, dos, tres...catoze" mais desejado do dia, dia esse durante o qual, em filas intermináveis, se gritou um uôôôôôuôÔôÔô ansioso e a prever a hora em que Bono iria abrir o espectáculo com Vertigo. A euforia foi total durante as primeiras músicas, até beautiful day em que se instalou entre os espectadores uma emoção mais íntima. Foi the city of bliding lights que o público se extasiou de aplausos e os U2 provaram porque são uma das melhores bandas do mundo. Com este tema, o ecran de fundo - gigante, quase do tamanho do estádio- ganhou cor e luz, criando um espectáculo visual incrível. A partir daquele momento todos tiveram a certeza de não se iam arrepender das horas nas filas e do preço dos bilhetes.
Em Miss Sarajevo deu-se um dos momentos mais bonitos da noite, a música foi tocada em tom de oração por todas as vítimas de atentados enquanto a Declaração Universal dos Direitos Humanos passava no ecran, lembrando a todos a importância da Coexistência, palavra-chave da noite, a partir da qual Bono fez representações fantásticas jogando com o espectáculo visual, passando palavras de ordem em apelo à Paz e ao Amor entre os povos, em especial na luta contra a pobreza em África, ao cantar Where the streets have no name. Foi arrepiante ouvir 52mil pessoas gritar "in the name of love..." em Pride... ou essas mesmas marcarem, com o baterista, o ritmo em Sunday Bloody Sunday, criando a sensação de que um enorme exército encenava gritos de guerra, ou de paz... Temas como One, With or without you fizeram as maravilha do público. Os U2 viajaram por todas as décadas que marcaram, era até complicado sabermos já em que ano estávamos... também nós viajámos!
Foi sem dúvida uma noite muito especial, onde rolaram algumas lágrimas, se renovou uma fé num mundo melhor e, principalmente, me envolveu uma incapacidade e dizer o que realmente senti e vivi ali!
E como disse um jornalista, deve ser isto a magia do rock.