quinta-feira, agosto 23, 2007

Dos olhos que não quiseram ver bem Lisboa




Lisboa tinha-se deitado ali aos pés dele. Num fim de tarde com luz suficiente para o Tejo todo brilhar e iluminar a cidade da Baixa ao Castelo. Os olhos varreram a cidade, talvez de forma rápida demais, ou de uma forma maquinal, quem sabe, de quem está habituado a ver sempre o mesmo e não espera surpresas. Lisboa ficou triste. Ele não viu nada, não percebeu nada dela, e por isso não a amou. A cidade deixou-se ficar muito sossegada, a ver o que ele fazia, mas ele não reparou bem no que ela tinha para mostrar e para dar, e seguiu viagem.
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6 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito miúda!!
Subtil e essencial!

beijinho

In Lak'ech (sou um outro tu) disse...

Por vezes a beleza das coisas passa despercebida aos olhares desatentos e pouco esclarecidos..

"'As vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim proprio devagar Porque sequer atribuo eu
Beleza às coisas.
Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Nao: tem cor e forma
E existencia apenas.
A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe
Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então porque digo eu das coisas: sao belas?
Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vem ter comigo as mentiras dos homens
Perante as coisas,
Perante as coisas que simplesmente existem.
Que difícil ser proprio e não ser senão o o visível!"
Alberto Caeiro

Anónimo disse...

No domingo passado estive precisamente no cimo do parque eduardo VII e fiquei parada, sem palavras, deslumbrada com a beleza do que via... mais uma vez em sintonia, até nas imagens!

Anónimo disse...

Não tem nada a ver com o texto, mas estava a ouvir esta música e apeteceu-me partilhar ctg...

"eu já não se sei o que é sentir o teu amor, não sei o que é sentir...se por falar falei, pensei que se falasse era fácil de entender!" The Gift

Catarina disse...

E para quem tem estado longe dessa cidade...as tuas palavras matam um bocadinho das saudades...Porque preciso de Lisboa.
Cresci com ela, viu-me crescer...e agora parece que sinto a falta dela para me ajudar a crescer ainda mais. Dela, entenda-se, do que ela me deu nestes últimos quatro anos...
Tu foste uma das surpresas que mais gostei de descobrir...*

Sarita disse...

Fiquei melancólica... A minha Lisboa, a nossa Lisboa... A única que é nossa, sem deixar de ser um bocadinho de cada uma de nós!

Emocionas-me.*