Afinal as aulas de Teoria do Texto ainda servem para alguma coisa... numa dessas aulas falavamos do carácter ontológico do texto. A nossa Migusta (como a Sara carinhosamente a apelidou!!!) dizia-nos nas suas ternas e afáveis palavras (!!!) que para apreendermos um texto não podemos estar cheios de nós... quem é cheio de si não tem espaço para o outro. Ao dizer outro ela faláva-nos do texto, mas a pertinência da questão - na minha humilde opinião- é outra... recoloco o problema num âmbito mais humanista: quem está cheio de si não tem espaço para os outros nem para o mundo! Isso faz de nós tristes e egoístas e isso é, afinal, um dos gandes problemas da nossa sociedade...
Quem está cheio de si mesmo não pode olhar para além do seu umbigo, nunca saberá nada de novo, nunca viverá novas emoções e experiências... não corre tantos perigos, eu sei, mas corre apenas um, que é o pior: o de viver uma não-vida!
Quem está cheio de si mesmo nã acredita na vida e nos milagres e pensa que tem sempre razão e que nunca poderá mudar o que está mal!
A grande emergência dos dias que correm é a de guardar espaço para os outros em nós mesmos... concerteza haverão sempre boas surpresas para preencher esse espaço!!!